Se me desejas, ata-me.
Ata-me com teus beijos e carícias para que os pés em terra firme possam me parecer tão deslumbrantes quanto ver o mundo do alto.
Ata-me com teu sexo, com o mel que guardas no subsolo a espera de minha boca.
Ata-me com carinho, sem ferir minha pele, sem mutilar minhas asas, sem me expor como teu troféu.
Sou troféu de mim mesma e de ninguém mais.
Ata-me, imploro. Antes que meu vôo me leve aos lugares que teus curtos passos não alcançam.
Adilma Nascimento